Porque a navalheira também tem direito ao verbo! Durante anos a fio encostada a um canto na zona dos mariscos e afins das grandes superfícies comerciais, viu a sua participação ser esmagada por este grande fenómeno nascido com a Revolução Industrial a que se chama de consumismo! Deixem-na exprimir-se! A navalheira quer falar do tudo e do nada! Da complexidade sócio-política actual e da cusquice paroquiana! Da música e da bola! De Deus e do Diabo! De tremoços e cerveja! Do jet-set e do povão!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Feliz Natal


E com isto esqueci-me de desejar aquele Natal a todos (os poucos) leitores deste blog, que contribuem para que este projecto seja uma mais valia no panorama blogosférico mundial, tendo sido já nomeado para várias categorias em diversos prémios de prestigiado renome que agora não me recordo.

Entre as várias nomeações, destacam-se a nomeação para "Blog que mais parece vários fardos de palha, pois ali não se aprende nada"; "Blog que mais parece uma Feira do Fumeiro de Montalegre, pois o que melhor o seu autor sabe fazer é encher chouriços"; e por último, "Prémio demagogia - cheio de coisinha escrita mas não se aproveita nadinha".

Por tudo isto só lhes posso desejar aquele Natal impecável que todos nós queremos e também aquele tremendo Ano Novo de caixão à cova pelo qual todos suspiramos!

Boas Festas e boas Entradas (mas que não sejam a pés juntos que podem ver um cartão amarelo ou mesmo vermelho...)

Capitalismo selvagem


Para quem diz que o Natal, hoje em dia, já não é verdadeiramente Natal porque está envolto num grande clima de consumismo desenfreado, que leva toda a gente a descurar as tradições em prol das trocas de prendas, para esses católicos (e cristãos no geral), deixo aqui uma reflexão que acaba por ter a sua quota parte de veracidade: quem começou com isto tudo foram os Reis Magos, que viram uma estrela e meteram-se a caminho para oferecer ao menino Jesus das palhas, ouro, incenso e mirra!

Agora culpem o Pai Natal e a Coca-Cola...

Tenho dito!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Há noites assim...



Terça-feira, 4 de Dezembro. Chega um amigo conhecido no movimento associativo nacional do Porto para Braga para trabalhar em assuntos relacionados com o associativismo.

Claro que o homem não podia deixar de vir a Braga sem conhecer as maravilhas que a bela noite académica minhota tem para apresentar!

E realmente foi o que aconteceu! Estando toda a gente a confraternizar no Bar Académico desta bela academia, decidem todos vir embora porque já estavam a pedir caminha há algumas dezenas de minutos. No entanto, eu e o meu amigo decidimos ficar mais um pouco porque o rapaz tinha bebido uma coisa estragada à refeição e andava a percorrer o B.A. todo à procura de um remédiozinho qualquer que lhe aliviasse o sofrimento. Como as várias dezenas de pessoas com quem ele falou não tinham qualquer espécie de remédio para lhe aliviar o sofrimento, decidi eu comprar-lhe uma garrafa de água e um pacotezinho de açúcar que, diz, pode fazer maravilhas a quem se econtra com a doença que ele tinha essa noite.

Depois disto fizemo-nos ao caminho até à casa de um outro amigo nosso onde iríamos pernoitar, encontrando as ruas totalmente vazias. Tão vazias que o meu amigo decide projectar a garrafa de água para o ar, caíndo praticamente nas costas de dois transeuntes que passeavam calmamente na rua, tendo um eles tanto frio que até tinha o rosto tapado com um cachecol e o capuz enfiado na cabeça!

Os senhores não ficaram agradados com o som da garrafa que lhes caíu atrás das costas, de tal maneira que nos vieram tirar satisfações!

-QUE P*** DE M**** É ESTA?- diz um dos senhores amávelmente.

-Ah e tal, desculpa que o meu amigo tá doente, deixa-o lá coitado...- respondi eu

-Só queremos conversar- diz um deles, abraçando fraternamente o meu amigo. Desta forma , eu respondi-lhe:

- Ah, se é só pra conversar tudo bem! Eu até gosto de dar duas de tretas com desconhecidos com tão bom aspecto como os senhores a estas horas de madrugada!

Um deles era tão simpático que fez questão de se colocar ao meu lado e mostra-me uma navalha, com uns bons centímetros de fio e agita-ma à beira da minha goela e em frente aos meus olhos.

Mas eu respondi-lhe:
-Não te chateies com isso, eu como as maçãs com casca, não costumo usar navalhas para as descascar! Lavo-as com um produto novo que há pra tirar a bicharada toda dos legumes e como a casquinha toda que tem muita vitamina!

O senhor, que era parco em palavras mas tinha atitudes muito dignas, recolheu de novo a navalha e seguiu o seu caminho connosco.

Depois eles insistiram em acompanhar-nos até mais à frente e, numa passagem aérea, o senhor parco em palavras, falou! E nessas poucas palavras pediu-me algum dinheiro emprestado e também o telemóvel para fazer umas chamadas! Eu disse-lhe que emprestava, mas que precisava disso tudo o mais rápido possível, ao que ele me respondeu que 2ª feira me devolvia tudo. Nisto eu respondo:

-Ah, se é para emprestar só até 2ª, tudo muito bem. Então 2ª feira encontramo-nos todos à mesma hora e dás-me as coisas!

Os senhores lá seguiram o seu caminho rumo a um bairro social que existia ali por perto e nós seguimos alegremente até à zona da Universidade, eu contente por ter sido simpático para os senhores e o meu amigo ainda agastado por causa do sofrimento que a coisa estragada que ele tinha bebido lhe estava a causar!

E assim se desenrola o quotidiano de um estudante universitário em Braga!